Compositor: Leandro Anez / Canserbero
Agora, a história precisa ser de unidade e
Eu acredito nas coisas que nos unem, sabe?
Não acredito nas coisas que nos separam
E a união é algo muito complicado
Mas é uma tarefa belíssima que temos pela frente
Fecunda e bela
Porque temos que nos unir sem negar nossa diversidade
Estou envolvido nisso há muitos anos
Recitar se tornou a maneira em que vivo
Talvez o motivo ou missão pela qual nasci
Minhas desgraças foram a causa do que me tornei
Muita gente não vê sentido no que faço
Alegam que o hip hop não é música e muito menos meus versos
Me veem falando sozinho e dizem que enlouqueci
Toda vez que ensaio músicas que provavelmente ajudam outras pessoas
Na real, poucas pessoas te incentivam nessa missão
Analisam suas rimas, te admiram em vez de ter inveja
E é por essas poucas pessoas que continuamos de pé
Falando de consciência no meio do caos que existe na Terra
Isso vai mais além de ser rapper
De protestar (de protestar) ou de querer ganhar dinheiro
Isso é algo no peito, impossível de descrever
O rap não deve ser de bandido, o rap deve construir
Tipo os telhados de papelão, como a música do Alí Primera
Tipo o orgulho de ouvir Alma Llanera
O rap deve ser o jeito em que as próximas eras
Vão conhecer como era o pensamento dos irmãos da Venezuela
Temos verdade na voz
Não me siga, nos acompanhe
Não como MC, mas como pessoa
Abra os olhos e reflita, junte-se a nós
Somos dos poucos que ainda são poetas
Lançar música real dos túmulos é nossa meta
Não me siga, nos acompanhe
Abra os olhos e reflita, junte-se a nós
Vamos usar de exemplo os heróis que são imortais
Pessoas que até morreram pelo que acreditavam
Temos verdade na voz
Abra os olhos e reflita, junte-se a nós
Se de três pessoas que ouvem, apenas duas escutam
E se dessas duas, apenas uma aprende, já suficiente pra gente
Carregamos verdade na voz
Abra os olhos e reflita (se for capaz), junte-se a nós
E embora não sou a cura pro câncer
Nem o prato de comida para a criança na Somália
E as desgraças
Sei que não vão parar só por causa do que eu canto
Esse é o meu grão de areia, junte-se a nós
Essa é a minha gota de água, junte-se a nós
Porque, sozinhos, não conseguimos formar dunas
Porque, sozinho, não consigo formar oceanos
Esse é o meu grão de areia, junte-se a nós
Essa é a minha gota de água, junte-se a nós
Porque, sozinhos, não conseguimos formar dunas
Porque, sozinho, não consigo formar oceanos
Temos verdade na voz
Temos verdade na voz
Temos verdade na voz
Temos verdade na voz
(Temos verdade na voz)