Jeremías 17-5 (tradução)

Original


Canserbero

Compositor: Tirone González / Leandro Anez

Ei
Dá pra chegar longe com a verdade
Aumenta, aumente a minha voz aí
Um pouquinho
Ei
Em nenhuma

Cuidado com a inveja, filho
A minha velha, que descanse em paz, me disse isso uma vez olhando nos meus olhos
E como ela tinha razão ao me alertar sobre essa vida horrível
Não crie corvos que eles arrancarão os seus olhos de suas cavidades

Percebi que a verdade é tão relativa
E a realidade é cheia de mentiras
Cachorros tentando invadir a minha propriedade privada enquanto eu dormia
Tentando roubar as minhas fêmeas, minha grana, minha comida

Maldito seja o homem que confia em outro homem
Uma grande verdade se esconde nessa frase
Me sinto como um louco ao continuar tentando confiar
Em alguém no planeta da hipocrisia

Valha-me, sou um iludido
Pago de malvado
E a forçação é normal
Contra mim

Mundo sujo em que todos pensam
Só neles mesmos
Mil vezes malditos
Fantoches do egoísmo

Essa é pra você, pra você, você que me traiu
E me cumprimenta com sua cara-de-não-fui-eu
E eu inocente cumprimentei, porque ainda não sabia
Que a sua risadinha vinha com data de validade

Essa música não é pra ninguém
Que não tenha vontade de matar alguém
Por falso e filho da puta

Outra mão com faca nas minhas costas
Mão de um tal mano
Irmão, que costumava apertar minha mão

Pode ser que o mais traidor esteja na sua frente
Tomando suas cervejas ou compartilhando do seu jantar quente
Tomara que os que sempre mentem se afoguem
E, quando estiverem no inferno, que queimem pra sempre

Nunca tinha pensado que um sócio pode ser um nojento
Que, por um negócio, pode te apunhalar

O meu braço diz
Que o amor vai me levar longe
Mas o ódio me ensinou a ser um lince
Nunca um otário

Com os dedos de uma mão
Se contavam
Aqueles que a essa mesma mão
Eu colocaria no fogo por eles

Agora, por culpa de um corvo vestido de cordeiro
O Canserbero tá pensando em ter que arrancar um dedo

Por isso, não acredito mais nem no meu travesseiro
Nem na minha sombra, ou seja, em nada

Nem acredito mais no meu velho
Se algum dia eu te dizer que acredito em você
Não acredite que eu acredito em você
Porque eu não acredito mais nem no meu espelho

Se você tá procurando uma mão amiga, comece pelo seu braço
Isso eu aprendi me ferrando muito
Tomara que a minha vida seja longa pra eu ver quando a sua fracassar
E pisar na sua mão quando você me pedir pra te levantar, meu parça

Sou simplesmente inexpressivo quando escrevo
Quase não bebo mais rum, só vinho e, de coração, eu digo
Que a suja vingança mata a alma e a envenena
Mas, quando se trata de traição, aí, sim, vale a pena

A palavra vale, a enganação acontece
Os carinhas se olham nos olhos pra dizer verdades
Deixe passar quando você perder batalhas, afinal, essa não é a grande guerra
E, se alguém falhar com você, troca essa pessoa por ser cuzona

Sangue de merda e coração de pedra
Aumente o volume, repete a frase pra mim
Maldito seja o homem que confia em outro homem
Lembre-se da cara e dos nomes daqueles que traem

Só tem uma coisa em você que eu admiro
É que como você consegue ser tão duas-caras
E ainda conseguir dormir tranquilo
Da minha parte, tudo bem, eu sorrio
Mas juro pela minha mãe que não é bom
Ter o Canserbero como inimigo

A quebrada não foi em vão
Eu sou mau como o Willie Colón do fundo do meu coração
Esses cuzões desgraçados pensam que eu não tô ligado
Que eles não são meus manos porra nenhuma

Eu sou a vida e a morte, e não acredito em mais nada
Nem em lendas vivas, nem em lendas mortas, nem ressuscitadas
Eu sou real como o Simón Bolívar e a espada
Apunhalando aos hipócritas e batendo de frente

Não dou a mínima pra cultura, pras putas e pra fama
Essa música não é pra grudar
A verdade já tá grudada nela

Você vai ficar traumatizado quando não tiver amigos
E perceber que as minas que dizem que te amam
Olham pra mim com vontade

Foda-se o flow e as habilidades
Eu sou tosco, não consigo fazer rimas que não sejam reais
Queira Deus que você não encontre o González lá fora
Te convidando pra uma partida até que um dos dois morra

Que porra, cara, não é?
Afinal, eu posso te apunhalar até com o lápis que usei pra escrever isso aqui
Falsos? Tem mais do que mosquitos onde você cagou
Ou que o fedor onde você mijou, ou sem metáforas, tem muitos

Uma das suas mãos corta a outra, como o Tempo disse
E o vento não leva as ações embora
Que Cristo te perdoe, se ele existe
Porque, se é por mim, eu posso cantar isso aqui
Enquanto eu mijo no seu túmulo triste

Que levante a mão aquele que não acredita em ninguém
E se ninguém levantar, eu levanto
Tomara que você morra, ex parceiro
E nos encontremos no inferno pra eu te matar de novo

Deus não pode recriar o que eu penso quando te observo
Porque não posso ir pro inferno mais de uma vez

E não me chame de irmão
Pra você eu sou Canserbero
Filho da puta do caralho

Cuidado com a inveja, filho
A minha velha, que descanse em paz, me disse isso uma vez olhando nos meus olhos
E como ela tinha razão ao me alertar sobre essa vida horrível
Não crie corvos que eles arrancarão os seus olhos de suas cavidades

Ei, você, você
Para de chorar, puta desgraçada
Que eu não derramei uma lágrima

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